quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O Novo Mundo (Terrence Mallick, 2005)

3,5/4

lindo de doer. aliás, o que mais me chamou atenção nem foram os planos belíssimos, a fotografia imensa e exuberante que ressalta as matas virgens ou a história de amor, conquista e fracasso, mas sim a maneira com a qual o Malick dá forma a tudo isso. o primeiro ato, a descoberta do novo, montado plano a plano sob elipses temporais, dá um aspecto de estranheza, de desconhecimento, que te submerge em uma incerteza quanto ao próprio formato artístico cinematográfico. no segundo ato, a descoberta do amor, Malick carrega as imagens com um lirismo que impressiona, amortece, conduzido pelo romantismo e pelas reflexões brotadas através do arco de personagens e suas condições factuais. no terceiro ato, a superação das inevitabilidades do destino, o novo já não é mais novo, mas o amor permanece, ainda desconhecido, porém insuperável, triunfante nas trevas do peito, conduzindo tudo a um final melancolicamente (e paradoxalmente) doce, fazendo a vida fluir como as águas dos rios. é uma experiência imperdível.

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