Altman filma como poucos, imprime um lirismo praticamente musicado na conjuntura dos planos, desenvolvendo assim uma das obras mais belas que este glorioso gênero possui. é magnífica a construção do protagonista, sempre expondo uma dualidade (em sentimentos, ações, etc) que falta em muitos westerns, possibilitando o amor e a frieza em um mesmo corpo, em um mesmo caráter - afinal, só assim os homens realmente são homens. por muitos, é taxado de anti-western, mas vejo nele muito mais de um drama intimista do que algo que realmente tenha desejado rasgar conceitos. no fim, uma obra-prima de qualquer forma, uma tentativa de ressurreição de um estilo cinematográfico que, infelizmente, praticamente faleceu com o fim da década de 1960. por sorte, existiram estes últimos suspiros.
E imaginem só se Matar ou Morrer tivesse um clímax tão precioso quanto o deste filme. o que faltou em pulso ao Zinnermann sobrou em preciosidade ao Altman neste aqui. uma pena, pois aquele possivelmente poderia pintar como um dos melhores filmes do gênero, não fosse a perda de empolgação nos minutos finais - os mais decisivos, praticamente a razão de viver da obra.
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