terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Quando os Homens São Homens (Robert Altman, 1971)

Altman filma como poucos, imprime um lirismo praticamente musicado na conjuntura dos planos, desenvolvendo assim uma das obras mais belas que este glorioso gênero possui. é magnífica a construção do protagonista, sempre expondo uma dualidade (em sentimentos, ações, etc) que falta em muitos westerns, possibilitando o amor e a frieza em um mesmo corpo, em um mesmo caráter - afinal, só assim os homens realmente são homens. por muitos, é taxado de anti-western, mas vejo nele muito mais de um drama intimista do que algo que realmente tenha desejado rasgar conceitos. no fim, uma obra-prima de qualquer forma, uma tentativa de ressurreição de um estilo cinematográfico que, infelizmente, praticamente faleceu com o fim da década de 1960. por sorte, existiram estes últimos suspiros.
E imaginem só se Matar ou Morrer tivesse um clímax tão precioso quanto o deste filme. o que faltou em pulso ao Zinnermann sobrou em preciosidade ao Altman neste aqui. uma pena, pois aquele possivelmente poderia pintar como um dos melhores filmes do gênero, não fosse a perda de empolgação nos minutos finais - os mais decisivos, praticamente a razão de viver da obra.

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