terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Viver a Vida (Jean-Luc Godard, 1962)

uma coisa em especial me toca de maneira rara nesta obra-prima de Godard (além de Anna Karina, é claro, maravilhosa como sempre): a maneira com a qual o diretor utiliza a imagem para passar sua mensagem, o conteúdo do filme. não há sequer um plano, um movimento de câmera, que não seja ABSOLUTAMENTE indispensável à impecabilidade do resultado final. um filme de pura e delicada poesia, que obscurece traços filosóficos por detrás de uma áurea magnetizante, que exala respeito à vida e à arte de viver com suas complicações (principalmente aquelas ocasionadas por nós mesmos). tão lindo, sensível e impressionante que conseguiu me extrair lágrimas, não apenas uma vez.

e pensar que Godard produziu este apenas dois anos após ter feito aquela verdadeira porcaria intitulada Acossado.

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