sexta-feira, 11 de abril de 2008

Rififi (Jules Dassin, 1955)

Rififi mereceria uma longa análise de mais ou menos 77 páginas, algo que não poderei realizar.

Mas vale dizer que, além de uma das seqüências mais absurdas de todo o cinema – roubo à joalheria com cerca de 30 minutos sem diálogo nem som extradiegético, que, sem exagero, faz Leone parecer brincadeira devido à capacidade impressionante de alongar ação e construir tensão – e da desconcertante impecabilidade narrativa, o grande atrativo de Rififi, pra mim, é o diálogo mais do que direto com o maior faroeste e filme americano de todos os tempos, Meu Ódio Será Tua Herança, deslocando o foco do coletivo para o indivídio para tratar de um homem plenamente ultrapassado que, premeditando o fim de sua própria era, se dá conta de que nada mais tem a perder – em especial depois de ter acertado todas as contas com o passado.

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