quarta-feira, 19 de março de 2008

Império dos Sonhos (David Lynch, 2006)

Embora não classifique como o melhor de toda a filmografia do tiozão mais surtado do oeste, posto que é da obra-prima Veludo Azul, não deixa de ser sensacional, mas sensacional MESMO. Ainda que não tenha sido uma experiência como eu pensava que seria, sufocante, atormentadora, intensa e o caralho a quatro, não tem como não se impressionar com o domínio absoluto da linguagem cinematográfica (mais própria do que nunca) que o David Lynch apresenta em Império dos Sonhos (e que já havia apresentado antes em grande parte de seus filmes). É um desfile de excelência, um quebra-cabeças mental onde as peças, invariavelmente, não têm formato predefinido. Uma coleção de seqüências disformes, estupradas pela perversidade cinematográfica infindável desse filho da mãe de primeira. E, mesmo quando parece tricotar tudo para uma pequena auto-sabotagem inconsciente, Lynch faz questão de brincar mais uma vez e provar que, na realidade, o erro é de quem acredita que ele erra.

2 comentários:

Lucas Murari disse...

Você já viu "Eraserhead"? É meu favorito dele, depois "O Homem Elefante", "Império dos sentidos", "Cidade dos Sonhos" e só então "Veludo Azul". Vou fazer uma revisão, faz tempo que assisti e não achei lá grandes coisas como você considera.

E como você me coloca "Videodrome" em 9ª? É top 3 do Cronenberg com certeza!

abraço

Daniel Dalpizzolo disse...

eu vi apenas os primeiros dez minutos de Eraserhead. não gostei, mas nem foi por isso que eu não vi o resto (até pq, não faço isso com filme nenhum). ocorreu de eu ter que largar o filme, e ainda não retomei - mas pretendo fazer em breve.

e Veludo Azul em quinto é quase como dizer que Marienbad é o pior filme francês de todos os tempos, haha. se pá pior. revise-o já!

quanto a Videodrome, gosto muito mesmo, mas essa porra de top Cronenberg é fodida de fazer. Zona Morta, por exemplo, eu tbm adoro, e tá em último. mas aqueles primeiros estão em outro patamar, fora dessa galáxia.

abraço.