sexta-feira, 14 de março de 2008

O Último Pôr do Sol (Robert Aldrich, 1961)

Interessante faroeste melodramático de Aldrich (diretor daqueles bem irregulares, a ponto de ter na filmografia filmes tão distintos, qualitativamente, como A Morte Num Beijo e Apache, mas que quando acerta, meu deus), que apesar de reutilizar elementos bastante gastos dentro do cinemão da época, ainda consegue manter o interesse em virtude do duelo psicológico levemente aprofundado entre o anti-herói e seu caçador. na realidade, é mais um daqueles road-movies áridos de perseguição, mas com um elemento curioso: ambas as partes envolvidas se encontram com 20 minutos de filme e não se largam mais. com isso, percorrem a mesma jornada, sabendo de suas intenções quando chegarem ao local de destino.

A viagem em si tem certa discrepância, alguns momentos bons, outros muito entediantes, mas geralmente sem grande densidade. o que surpreende, porém, é justamente o mérito de não cair na armadilha que mais da metade dos faroestes do estilo não conseguem desviar: a obviedade de seu duelo final, o grande ápice narrativo da obra. porquê O Último Pôr do Sol apresenta um dos duelos (excetuando Leone e etc) mais interessantes do gênero, mesmo durando questão de segundos. uma montagem fantástica, que acompanha o ritmo da ação e explode simultaneamente, justificando todo o clima proposto.

Ah, se Paul Thomas Anderson soubesse interrelacionar ação e decupagem dessa forma.

Um comentário:

James Dean disse...

que coincidência! eu vi esse filme dan, e não gostei muito. mas há elementos bons como a decupagem (que vc citou), além da marcante presença de Douglas: esse sim é um cara foda pra cralho!