
Psicose. Janela Indiscreta. Um Corpo Que Cai. Festim Diabólico.
Não são poucos os elementos conhecidíssimos através de obras como estas, todas elas realizadas por Alfred Hitchcock, maior homenageado de toda a filmografia do mestre Brian De Palma, utilizados para a composição de seu primeiro suspense psicológico, Irmãs Diabólicas. Mas é incrível como De Palma consegue imprimir um fôlego revitalizado a todos eles, dentro de uma obra que, a primeira vista, teria tudo para ser apenas mais uma cópia barata da obra do mais popular diretor de filmes de suspense de todo o cinema.
Irmãs Diabólicas pode ser um grande amontoado de elementos que evocam o cinema de Hitchcock, isto é inegável. Mas, em sua verdadeira essência, é um produto depalmiano por excelência, não apenas pelo tratamento visual inconfundível que desenha em qualquer filme que faça, mas sim pela forma com a qual o diretor consegue transformar o banal em algo totalmente novo, surpreendente, dentro da trama – que, na realidade, é o que menos interessa para o funcionamento do projeto -, fato que também permeia os principais filmes produzidos por ele.
A história sobre esquizofrenia, descrença e investigação amadora tem em sua abertura um dos maiores indícios dessa marca d’auteur de De Palma. No plano inicial, vemos uma garota cega adentrar uma sala e, aos poucos, começar a tirar a roupa. Detrás de um biombo, sai um negro, que a come com os olhos e tem seu olhar acentuado com um close profundo em seu rosto. Enquanto esperamos o desfecho mais absurdo possível, De Palma mostra que tudo não passa de uma brincadeira, apresentando ao espectador a verdadeira origem das imagens: um programa de televisão.
E nada poderia ser mais De Palma do que isso, afinal, brincar com a percepção do espectador e com a composição das imagens são algumas das mais fantásticas qualidades que o diretor desfila por seus principais filmes. Isto, claro, somado à sua perícia técnica fora do comum, das mais impressionantes já apresentadas, algo que fica claro neste seu primeiro trabalho de assinatura principalmente nas seqüências-chave, na composição dos planos que a estruturam e, em especial, nos artifícios utilizados para imprimir tensão – como, por exemplo, o uso absurdo da split-screen e das narrativas paralelas (o homem comprando o bolo enquanto a mulher passa mal no apartamento é coisa das mais incríveis que ele já filmou), dinamizando a ação e fazendo a primeira parte do filme beirar a obra-prima.
Quando o foco narrativo é atirado da protagonista principal, a tal “irmã gêmea”, para a jornalista sensacionalista que decide investigar por conta própria um suposto assassinato que teria visto pela janela do apartamento, o filme perde muito da emoção e da tensão em níveis desmedidos que vinham se construindo – não necessariamente representando uma falha na estrutura do filme, mas sim comprovando a força descomunal daquela primeira parte – nos primeiros 40 minutos, o que não é o bastante para consternar nosso ímpeto maldito de sair gritando pelas ruas escuras da cidade qualquer coisa parecida com “Brian De Palma, seu filho de uma puta, você é um gênio!”.
Não são poucos os elementos conhecidíssimos através de obras como estas, todas elas realizadas por Alfred Hitchcock, maior homenageado de toda a filmografia do mestre Brian De Palma, utilizados para a composição de seu primeiro suspense psicológico, Irmãs Diabólicas. Mas é incrível como De Palma consegue imprimir um fôlego revitalizado a todos eles, dentro de uma obra que, a primeira vista, teria tudo para ser apenas mais uma cópia barata da obra do mais popular diretor de filmes de suspense de todo o cinema.
Irmãs Diabólicas pode ser um grande amontoado de elementos que evocam o cinema de Hitchcock, isto é inegável. Mas, em sua verdadeira essência, é um produto depalmiano por excelência, não apenas pelo tratamento visual inconfundível que desenha em qualquer filme que faça, mas sim pela forma com a qual o diretor consegue transformar o banal em algo totalmente novo, surpreendente, dentro da trama – que, na realidade, é o que menos interessa para o funcionamento do projeto -, fato que também permeia os principais filmes produzidos por ele.
A história sobre esquizofrenia, descrença e investigação amadora tem em sua abertura um dos maiores indícios dessa marca d’auteur de De Palma. No plano inicial, vemos uma garota cega adentrar uma sala e, aos poucos, começar a tirar a roupa. Detrás de um biombo, sai um negro, que a come com os olhos e tem seu olhar acentuado com um close profundo em seu rosto. Enquanto esperamos o desfecho mais absurdo possível, De Palma mostra que tudo não passa de uma brincadeira, apresentando ao espectador a verdadeira origem das imagens: um programa de televisão.
E nada poderia ser mais De Palma do que isso, afinal, brincar com a percepção do espectador e com a composição das imagens são algumas das mais fantásticas qualidades que o diretor desfila por seus principais filmes. Isto, claro, somado à sua perícia técnica fora do comum, das mais impressionantes já apresentadas, algo que fica claro neste seu primeiro trabalho de assinatura principalmente nas seqüências-chave, na composição dos planos que a estruturam e, em especial, nos artifícios utilizados para imprimir tensão – como, por exemplo, o uso absurdo da split-screen e das narrativas paralelas (o homem comprando o bolo enquanto a mulher passa mal no apartamento é coisa das mais incríveis que ele já filmou), dinamizando a ação e fazendo a primeira parte do filme beirar a obra-prima.
Quando o foco narrativo é atirado da protagonista principal, a tal “irmã gêmea”, para a jornalista sensacionalista que decide investigar por conta própria um suposto assassinato que teria visto pela janela do apartamento, o filme perde muito da emoção e da tensão em níveis desmedidos que vinham se construindo – não necessariamente representando uma falha na estrutura do filme, mas sim comprovando a força descomunal daquela primeira parte – nos primeiros 40 minutos, o que não é o bastante para consternar nosso ímpeto maldito de sair gritando pelas ruas escuras da cidade qualquer coisa parecida com “Brian De Palma, seu filho de uma puta, você é um gênio!”.
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