segunda-feira, 3 de março de 2008

A Marca da Maldade (Orson Welles, 1958)

4/4

ficam falando por aí de michael mann (grande cineasta, por sinal), mas ninguém, absolutamente ninguém dá um clima tão sensacional, obscuro e inquietante para a noite quanto orson welles em a marca da maldade. a aliança entre a fotografia de russel metty, a cenografia decadente, com papei voando de canto a canto das locações e fortes rajadas de vento, e a composição de planos meticulosa e esquizofrênica de welles é irrepreensível, única, transformando o que já era belo em um dos tratamentos visuais mais maravilhosos já produzidos. e o filme é um tratado absoluto sobre a dualidade do ser humano, rasgando conceitos sobre o bem e o mal, desenvolvendo-se através de uma narrativa cheia de quebras e interligações, mas costurada de forma genial, deixando sempre aquela sensação de desconforto que se confunde com o lirismo que explode da tela na resolução pra se transformar em uma obra única dentro do cinema.

3 comentários:

Lucas Murari disse...

só a abertura do filme vale mais que 90% da cinematografia americana.
1ª the trial
2ª touch of evil
3ª citizen kane
4ª f for fake

obras-primas supremas

Daniel Dalpizzolo disse...

trabalho de grua genial mesmo. sem contar a seqüência final, primor de edição, direção de arte e noção (esquizo, heh) de enquadramento.

meu preferido do welles e dos melhores do cinema estadunidense.

James Dean disse...

em termos de construção técnica, nada se compara a "touch of evil" mesmo. mas dizer o que... orson welles é um gênio inegável.